Hoje eu peço a você que leia,
somente se tiver tempo, realmente quero que você reflita.
Bom.. o que eu vou compartilhar
hoje é algo com o qual mudou a minha vida realmente da água para o vinho.
Então, quando comecei a cursar
meu último ano do ensino médio, concomitantemente fiz curso pré-vestibular. Foi
um ano bem difícil, estudava 12 a 15 horas por dia praticamente vivia para
isso. Minha família ia sair para passear eu não ia, meus amigos me chamavam
para sair eu também não ia, comecei a negar a fazer inúmeras coisas para
realmente me dedicar ao meu objetivo, continuar estudando em uma instituição
pública, porém no ensino superior.
Sim, era um grande sacrifício,
mas eu sempre gostei de estudar e sabia que no final valeria a pena, seria
maravilhoso, então me dediquei muito. Quando foi no final do ano, não passei no
vestibular. Fiquei mal, chorei muito, mas logo passou porque eu não desistiria.
Terminei o ensino médio e tinha mais tempo para me dedicar, como sempre fui
bolsista no cursinho, me dediquei mais ainda para conseguir a bolsa novamente,
e consegui. Então, comecei tudo de novo, aquela rotina massacrante de estudos,
12 a 15 horas, finais de semana, feriado, dia santo, aulas de reforço e
blábláblá. Nessa jornada, sempre me sentia insegura quanto ao futuro, diria que
um pouco mais do que os adolescentes que estão começando a vida profissional,
um dos meus maiores medos era chegar de frente para aquela pergunta básica “E
agora, o que vou fazer da vida, se por um acaso nada der certo?” sempre fugia
desse pergunta, corria, gastava minha energia com um medo terrível de me
deparar com essa pergunta.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQTdd0Z1-v6b3mu7njciLhz7kTNYWGMRT_mS115oLjrLHFgBs0dxoX3kBiYKz2y_ZgMV-izPB6ytwNuv6b2kwZ6NUahV79e0Lcrd2xI_sBeOdtFg4qjg6j4urF9ACHoe8guh14vYKOGtml/s1600/estudar1.png)
Foi então que, nada mais e nada
menos, cedo ou tarde, eu encontrei com essa pergunta, não passei novamente no
vestibular. Eu fazia a coisa certa, eu corria atrás do meu sonho, mas o motivo
era errado. Além de buscar reconhecimento, me fazer de pessoa legal e mega
inteligente, eu estudava para correr da pergunta. Logo depois disso, fiquei triste, chorei
muito. E para me ajudar, perdi a bolsa do cursinho no ano seguinte. Devido a
toda essa bagunça, eu me cobrava de uma maneira surreal, me pressionava ao último,
EU TENHO QUE FAZER, EU TENHO... EU TENHO...
Então decidi procurar um emprego,
o que também era difícil, não possuía nenhuma formação, nada, nem para remediar
a situação. Mas fui com a cara e a coragem. Consegui um emprego no cinema, e
decidi continuar a minha jornada, porém agora seria carreira solo ,sozinha, estudar
em casa e por conta própria. Como foi complicado, trabalhar de madrugada,
estudar durante o dia, as matérias de exatas já era difícil com professor,
imagina sem. Sempre tive facilidade com Humanas, e era uma tragédia para
exatas. Bom, não consegui ficar no emprego, pagavam muito mal, eu não dormia, e
em meio a tudo isso, chorando muito como sempre. Não aguentava mais sustentar
toda essa mentira para a minha vida, e continuei fugindo da verdade, fugindo
dos meus fracassos, meus amigos do cursinho se afastaram de mim, o motivo até
hoje eu não sei, mas na minha cabeça, era vergonha de ficar perto de uma pessoa
que fracassou em absolutamente tudo.
E assim, eu mesma me puxava cada
vez mais para o buraco que eu cavava, e então, o que meus pais temiam e sofriam
junto comigo aconteceu... a depressão. Sim, uma pessoa de 18 anos com
depressão, a principio você pode achar que foi frescura, que eu ainda tinha uma
vida toda pela frente (hoje eu também tenho certeza disso, na época não
acreditava mesmo), mas quando é você quem vive toda a situação que aperta seu
coração, é bem diferente, a menos que você realmente passe pela mesma situação,
ai sim você compreende como é de fato. Então, eu chorava noite e dia, mas do
que o “natural”, alguns amigos me ligavam e eu não queria atender, eu não
suportava ficar nas redes sociais e ver a galera sendo aprovada no vestibular.
Foi quando, minha mãe e um dos meus irmãos me obrigaram a fazer uma prova para
fazer técnico(bolsa de estudo, novamente), eles fizeram a inscrição, e eu fui
fazer a prova, com aquela cara de total desgosto, e por fim, passei em 3°
lugar, técnico em Administração. E pensei comigo, “pior é ficar assim, vou
fazer, fazer o que?”, me matriculei, e na semana seguinte, estava no técnico.
Mas aquele desejo doentio que eu tinha
ainda falava dentro de mim. Porque ai eu pensava “não estudei tanto para nada
ou nadei ,nadei, nadei para morrer na praia”.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfuFVpWccEeCvDSAt8zZiQtFLNAzqhTb_JlowhxVgswuRlQQyPr21TMXQy_lUAqDz3uVucdoIRahlFGK9vLi4BNwtusmV-na7VGU_0JydgH9qsJQTWAKsF_dbxX8cPK6J9OcanUqtml9Hq/s1600/estudar.jpg)
Então, meu pai, me deu o maior
presente que alguém poderia ganhar na vida, em setembro de 2012, fiz o Namastê
(aquele comprimento que eu coloco sempre no final de cada texto, aqui do
Anatomia da Thaís, ainda vou escrever um texto somente sobre isso), o Namastê,
tirou todas as vendas, e mentiras que eu havia contado para mim, e o pior de
tudo, acreditado que aquilo era verdade. Consegui entender, compreender e
acolher meus fracassos, eles me ensinaram muito, mais muito, de que a vida não
se resumia aquilo, que ser Psicóloga era meu objetivo final, que as pessoas que
realmente gostavam de mim, iriam gostar pelo o que eu sou, e não pelo status ou
títulos que eu possuía.
“Conheça a verdade e ela vós
libertará” – Texto bíblico.
EU ME PERDOEI! Eu me perdoei pelo
fundo do poço que cheguei, e comecei a enxergar caminhos, luz na minha
jornada. Porque afinal de contas, é
libertador poder ser você mesmo sem ter medo, saber que sua vida esta certa,
apesar de tudo te mostrar o contrário. E naquele momento, nasceu esse meu
espirito de consciência, de compartilhar com as pessoas de que elas possuem o
poder de mudar suas próprias vidas, independentemente do que seja a situação
que vivem.
Certo mas, continuando..
Eu,amava o curso técnico, parecia
que cada pessoa que existia naquele lugar, com histórias lindas de superação me
ensinava que era possível mudar e conquistar meus sonhos. Essas pessoas me
ajudaram a encontrar a verdadeira Thaís que morava em meio aquele tumulto de
provas e sacrifícios e dificuldades, dificuldades e mais dificuldades. E ao
mesmo tempo, eu estudava para aquele sonho doentio. Entretanto, prestei um
concurso público para realizar um estágio na Prefeitura Municipal de São José
dos Campos, e passei. Comecei a trabalhar em uma escola de Educação Infantil,
que trouxe tanta alegria, divertimento e desenhos coloridos, pessoas que também
são grandes exemplos a serem seguidos (o assunto do trabalho é para outro
texto).
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqshdyfCDgOVAQo3bN7MF4yhIN2emXwXzh_aWwRlAXWHAfQ38iU81LmKnIZ_Oow4QKdzQbZMyNglf-PHTGysl503UlhDtAnDPpLe2M_RNUJwAxyBPTwS_6Bw9Wu28eSPN58ky6Of9ANsk-/s1600/frase.jpg)
E então, fazendo técnico, e
trabalhando, comecei a ver a vida funcionando, andando, fluindo, a depressão foi embora, mas ainda sentia uma
tristeza grande ao lembrar de tudo isso. Voltei do Namastê (aquele curso que
fiz), decidida a tocar a vida com o fluxo sempre para frente e não deixar mais
o fantasma chamado vestibular me assombrar. Mas um grande amigo e mestre,
Sérgio Kiyoshi (idealizador do namastê), me disse “Acho que você tem que fazer
o vestibular de novo” quando ouvi aquilo surtei, pensava comigo mesma “não é
possível, depois de tanto sofrimento e lágrimas voltar e fazer de novo”. A
principio neguei, mas como não tive sucesso, decidi então a fazer pela última
vez, e depois colocaria um basta, o famoso “CHEGA”. Foi o trato que fiz comigo.
“2014, de um jeito ou de outro, vou realizar meu sonho”.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYjsuG-V4umd-bNH35NSA2dHNkWet66bBoIjUT3O_aYiEoqzeL35FjX579Sz2YpItbS4IFXwGqoL9yYO6b6azXjUT0MUmkyy01aY8kC6JokcIT007EDwVbRolHGngAe60ivQKM4S7OSoiZ/s1600/passado.jpg)
Terminei meu técnico, continuei
trabalhando, prestei o vestibular. E não passei novamente, fiquei em listas de
esperava, que nunca chegavam em mim, mas não chorei, me sentia com a minha
missão comprida, fiz o que tinha me predisposta a fazer. Passei na PUC e na
Mackenzie, porém como seria bolsista, não aceitaram minha documentação, e me
trataram muito mal. Fiquei triste novamente, mas nada de desistir, como eu
havia prometido para mim que iria realizar meu sonho em 2014, estava tranquila,
e certa de que realizaria.
Quando estava no cursinho, ouvia
sempre que faculdades particulares não prestavam , essa era a crença universal
de todo pré-vestibulando, e eu inocente, agarrei essa verdade com unhas e
dentes, o que me ajudou a sofrer mais e mais. Em São José dos Campos, a única
universidade que possui o curso de Psicologia é a UNIP (Universidade Paulista),
e desde que entrei para o cursinho dizia “Eu nunca vou estudar ali” acreditava
que era o lugar mais horrível que
existia.
Então, fiz o FIES (Financiamento
estudantil), imagina aonde? Lógico, na UNIP. Haha
Foi a única universidade que me
quis, me trataram muito bem, desde a portaria, faxineiros, monitores,
secretários, até os professores. Sou extremamente feliz por estudar lá, todos
os dias eu agradeço, e aproveito cada aula como se fosse à última, meus
professores também possuem formações excelentes, meus amigos são extremamente
loucos, mas me aceitam como eu sou, com ou sem fracassos. Entendi que viver é
muito mais do que tudo isso que eu passei.
Se eu apagasse o meu passado,
apagaria também toda a sabedoria que eu tenho hoje. Eu me fiz inúmeras vezes de
vitima da minha história, sendo que eu mesma havia criado. Hoje eu não consigo
lembrar, de tamanha dor que eu sentia tudo isso foi preenchido por felicidade,
quando eu entendi que independentemente de qualquer coisa, minha essência já
era um sucesso. Eu já possuía tudo o que precisava ar nos pulmões, força nas
pernas, comida na barriga, e uma família e alguns amigos que nunca me abandonaram
em toda essa jornada, dentro de mim eu já possuía o que necessitava.
Como diz Flávia Melissa “ A vida
é 10% o que te acontece e 90% como você reage”.
E daquele momento em diante, eu
acolhi tudo o que a vida me deu, como um presente, como se eu tivesse
escolhido, não posso dizer que não possuo minhas questões, porque todos nós
possuímos, mas a sabedoria que eu ganhei em saber lidar com elas, mudou toda a
minha vida. Eu me permiti admirar a minha vida mesmo com todas as imperfeições
dela, e mesmo assim eu acho ela linda. Porque se eu não a admirasse, viveria
infeliz pelo resto dos meus dias. Parei de usar duas palavras que nunca devem
ser usadas na mesma frase “E SE?”, as substitui pelas duas palavras com o maior
poder criador do mundo, em qualquer idioma “EU SOU”.
Por fim, eu ouço hoje que cresci
muito, eu concordo com isso, mas foi um crescimento espiritual, da Thaís com a
Thaís, um amor próprio, incondicional e criador de todas as possibilidades da
Thaís com a Thaís. Hoje em dia o sentimento é de gratidão pela vida, pelo
respeito que ela teve comigo em me mostrar que a felicidade não é o destino,
mas sim a viagem. Eu não sou mestre, e nem pretendo ser, não possuo muitas
respostas, mas de vez em sempre eu mudo as minhas perguntas. Namastê, por que
eu sou um SUCESSO TOTAL.