Há alguns dias atrás eu tive a grande oportunidade de
conversar com dois moradores de rua, sim moradores de rua. E você pode até
estar se perguntando “mais que raio Thaís, porque você foi conversar com
eles?”. Estava com meu pai em um posto rumo a Aparecida do norte, e logo que
estacionamos o carro eu os vi sentados no chão, era um dia muito chuvoso. E no
vai e vem da noite, estávamos servindo sopa para os peregrinos na caminhada da
fé até Aparecida, fui servir a sopa para
os dois, escutei deles “Você pode esperar, já que vamos comer com vocês, nós
vamos nos limpar” (O rapaz foi fazer a barba, colocou a melhor roupa e já a
senhora foi até o banheiro limpar as mãos e etc). Depois disso, eu servi a sopa
e comecei a conversar com os dois. Eu que nunca havia conversado com um morador
de rua, sabia que existia muitas histórias por trás de tudo o que meus olhos
curiosos enxergavam. Os dois foram muito receptivos comigo me deixaram
perguntar tudo, o rapaz contou que possuía ensino superior, a senhora me contou
que tinha três filhos e até netos. Eu realmente me surpreendi com a história
dos dois, e sim, eu questionei o porque deles morarem na rua e a resposta foi
da senhora “Eu não consigo viver em sociedade, já sofri muito para chegar até
hoje, mas sou feliz na rua, conheço o Brasil inteiro e preciso dessa liberdade,
eu gosto de morar na rua, mas sei que todo morador de rua já sofreu algo serio
para ter que ficar na rua” e ele respondeu “Depois que minha mãe morreu, eu não
consegui mais voltar pra casa, é como se minha casa tivesse morrido, me formei
na faculdade, trabalhava, tinha de tudo, mas quando ela morreu eu perdi tudo,
nada tinha sentido, e achei o sentido nas estradas do Brasil, a liberdade de
ser feliz de novo”.
Os dois ainda contaram muitas outras coisas para mim, mas
quero chamar a atenção para você que logo vai julgando o porque as pessoas
serem como são, por trás de todas as pessoas que você vê por ai nas ruas,
existem histórias incríveis, de felicidade, de amizade, de tristeza e todas
essas histórias constituem a pessoas que você enxerga hoje. Sou suspeita a
dizer, porque eu amo histórias, amo ouvir histórias, ler histórias, assisti-las
em filmes, e eu convido você essa semana, a olhar com curiosidade para imaginar
ou escutar realmente a história das pessoas. Namastê, com meus votos de paz,
luz e bem SEMPRE!
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