domingo, 17 de abril de 2016

História de vida

Há alguns dias atrás eu tive a grande oportunidade de conversar com dois moradores de rua, sim moradores de rua. E você pode até estar se perguntando “mais que raio Thaís, porque você foi conversar com eles?”. Estava com meu pai em um posto rumo a Aparecida do norte, e logo que estacionamos o carro eu os vi sentados no chão, era um dia muito chuvoso. E no vai e vem da noite, estávamos servindo sopa para os peregrinos na caminhada da fé até Aparecida,  fui servir a sopa para os dois, escutei deles “Você pode esperar, já que vamos comer com vocês, nós vamos nos limpar” (O rapaz foi fazer a barba, colocou a melhor roupa e já a senhora foi até o banheiro limpar as mãos e etc). Depois disso, eu servi a sopa e comecei a conversar com os dois. Eu que nunca havia conversado com um morador de rua, sabia que existia muitas histórias por trás de tudo o que meus olhos curiosos enxergavam. Os dois foram muito receptivos comigo me deixaram perguntar tudo, o rapaz contou que possuía ensino superior, a senhora me contou que tinha três filhos e até netos. Eu realmente me surpreendi com a história dos dois, e sim, eu questionei o porque deles morarem na rua e a resposta foi da senhora “Eu não consigo viver em sociedade, já sofri muito para chegar até hoje, mas sou feliz na rua, conheço o Brasil inteiro e preciso dessa liberdade, eu gosto de morar na rua, mas sei que todo morador de rua já sofreu algo serio para ter que ficar na rua” e ele respondeu “Depois que minha mãe morreu, eu não consegui mais voltar pra casa, é como se minha casa tivesse morrido, me formei na faculdade, trabalhava, tinha de tudo, mas quando ela morreu eu perdi tudo, nada tinha sentido, e achei o sentido nas estradas do Brasil, a liberdade de ser feliz de novo”. 


Os dois ainda contaram muitas outras coisas para mim, mas quero chamar a atenção para você que logo vai julgando o porque as pessoas serem como são, por trás de todas as pessoas que você vê por ai nas ruas, existem histórias incríveis, de felicidade, de amizade, de tristeza e todas essas histórias constituem a pessoas que você enxerga hoje. Sou suspeita a dizer, porque eu amo histórias, amo ouvir histórias, ler histórias, assisti-las em filmes, e eu convido você essa semana, a olhar com curiosidade para imaginar ou escutar realmente a história das pessoas. Namastê, com meus votos de paz, luz e bem SEMPRE! 

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