Um trabalho chamado.. Escola de Educação Infantil

Foram-se dois anos. Dois anos atendendo pais de aluno, dois anos muito coloridos, cheio de arte, desenhos que a principio eu não entendia, mas sempre dizia “está lindo”. Dois anos em que tive outra visão, a visão dos bastidores de uma escola de Educação Infantil, a visão da dimensão de trabalhar com crianças, ter flexibilidade e a leveza de olhar para elas e levar tudo com uma extrema delicadeza. Dois anos de rotinas entre horários de entradas e saídas, lanches, parques, atividades, diagnósticos (Sim, eu super me enganei quando achava que era só brincar com os pequenos e estaria tudo certo), na verdade ensinar crianças de 3 a 5 anos é uma brincadeira intencional entre o aprender e o ensinar todos os dias, a quantidade de planejamento por trás dessa brincadeira é enorme. Eles aprendem a ter coordenação motora dançando, eles aprendem a contar com jogos, eles aprendem que existem inúmeros tipos de animais, eles aprendem a escrever o nome mesmo que a principio esteja tudo espelhado, eles aprendem a comer sozinhos. Eu aprendi demais com essas pequenas criaturas fofinhas. Eles trouxeram um colorido diferente para a minha vida, cada beijinho, abraço, sorriso, florzinha em dias corridos, eles me ensinaram a ser cada dia mais humana, sempre sinceros independentemente se era um choro ou um sorriso, tudo neles era sincero. Então por sempre receber sinceridade e carinho deles, eu fazia meu trabalho com muito carinho, porque eles mereciam. Na minha cabeça vai ficar guardado cada rostinho, porque eles foram pequenos mestres para mim. 

Há dois anos atrás quando entrei para trabalhar na EMEI PROF. JANE PALUMBO, eu passava por um momento complicado da minha vida, onde tudo tinha perdido a cor e o sabor (Como contei no Anatomia da Thaís no texto “e se?  ops.. EU SOU”), lembro-me como se fosse ontem, pisei na escola pela primeira vez em 4 de fevereiro de 2013, o Lucas o secretário da escola, me recebeu super bem, me encantei pelo tamanho da escola, mas naquele dia não conheci a chefe porque ela voltaria no dia 5. No dia seguinte, quando o Lucas me disse, a diretora está chegando e você vai conhece-la, a principio você tremi na base, porque vai conhecer sua chefe, e no técnico em ADM, foi ensinado  que tinha que ter “X” postura perto do chefe. E quando o momento de conhece-la chegou, eu simplesmente estendi a minha mão e disse “Muito Prazer, meu nome é Thais”, pra que eu fiz isso? Hahaha No JANE PALUMBO, isso não existia, a diretora Adriana me puxou pelo braço e me deu aquele abraço me acolhendo e me disse “Seja muito bem vinda, eu estou imensamente feliz que você está aqui” logo em seguida veio a Zenilda, a orientadora da escola, ou seja, minha chefe também, fez a mesma coisa, me abraçou, me acolhendo e comemorou com a Adriana a minha chegada, logo em seguida, chega aquele monte de professor, rindo e brincando um com o outro, falando de criança e eu não entendi absolutamente nada, fizeram um café maravilhoso, e já partiram para o planejamento. 

Naquele dia eu cheguei em casa e minha mãe me disse assim, “Thais como foi hoje lá na escola?”, eu simplesmente respondi “mãe acho que aquele povo é doido, a diretora e a coordenadora da escola, me abraçaram, falaram que estavam felizes em me ver, me trataram muito bem, eu nunca imaginei aquele abraço”, minha mãe caiu na risada. E desde aquele momento eu trabalhei com duas sabedorias do meu lado Adriana e Zenilda, o alfabeto de A a Z que me ensinou a ser cada dia mais humana, tudo ao lado delas ficava (e ainda fica) incrível, tudo o que elas resolviam possuía uma maestria de quem sabia o que estava fazendo, mesmo em situações que até eu mesma achava que não tinha solução. Trabalhar com elas me devolveu de volta para mim, com elas eu não tinha medo de ser eu mesma no trabalho, trabalhar ao lado delas se tornou uma questão de honra, aos quatro cantos da Prefeitura Municipal, quem já havia trabalhado com elas só falava coisas positivas. E no momento em que elas saíram da escola, e eu continuei, foi dolorido demais, mas hoje eu vejo que não conseguiria me despedir delas, eu sofreria muito mais, foi melhor elas se despedirem de mim(e que nossa amizade com o tempo, só melhorou mais ainda).  O JANE PALUMBO, não teve somente coisas boas, sim, teve coisas ruins, essas coisas ruins falam por si só e quanto isso deixo para trás com o maior orgulho, mas o importante é as coisas boas prevaleceram,“Que nossas ações confirmem nossas palavras” – esse foi o legado de Adriana e Zenilda. Eu não vou conseguir citar o nome de todas as pessoas que me influenciaram positivamente porque são muitas, em uma escola de 800 alunos, aproximadamente 100 funcionários, realmente não vou conseguir, mas a todas as estagiárias fofas (Miriam, Lana, Rosa, Elisangela, Maiara, Maianne, Karina, Cecilia, Ana Paula) as Professoras (Débora, Monica, Nadir, Maria aparecida, Fernanda Passos, Maria Helena, Marcia, Ana Paula, Flávia)  que sempre me receberam muito bem em suas salas, me deixando ficar mais pertinho dos pequenos, as meninas da limpeza, que sempre me faziam rir muito, ao guarda  por sempre trocar ideias comigo. E por fim, sempre ao abrir a secretaria de manhã, eu abria meu sorriso ao ver a foto de quem dá o nome a escola. O JANE PALUMBO me devolveu a cor do mundo e o sabor de como me  divertir, a essência que toda a criança carrega. E que eu carregava mais não lembrava que existia. O sentimento é de missão cumprida e de alivio, saiu hoje do JANE na hora certa, no momento oportuno, carrego comigo apenas o que me fez bem. Sem lagrimas nos olhos, mas com uma pitada de saudades dos pequenos, a vida continua e assim caminha a humanidade, abrindo espaço para o novo. Namastê!